Tilda Swinton e a garota Seo-hyun Ahn, em "Okja" |
No começo de maio de 2017, eu entrevistei Tilda Swinton e Jake Gyllenhaal durante o Festival de Cannes, onde o filme "Okja", do sul-coreano Bong Joon-ho, disputou a Palma de Ouro (e, felizmente, não ganhou nada). A inclusão do longa na competição fez história e gerou muita controvérsia - afinal, pela primeira vez um filme com exibição apenas em um serviço de streaming, sem ir às salas tradicionais, concorria ao prêmio máximo em Cannes, o mais relevante evento de cinema do mundo.
Eis a questão: um filme que não é exibido em uma sala de cinema pode ser considerado "cinema"? Na minha cobertura para o UOL eu escrevi um texto falando sobre o assunto, que pode ser conferido no link. Vale a pena também entrar neste outro link, em que Pedro Almodóvar (presidente do júri em Cannes 2017), diz o que ele pensa sobre o assunto.
Segue, aqui, a entrevista que fiz com Tilda e Jake, para o UOL:
Minha opinião sobre "Okja"? Tem algumas poucas questões interessantes (a discussão do abatimento de animais para a nossa alimentação; a mistura de gêneros algo ousada para um filme blockbuster; a curiosa caracterização de Tilda Swinton). Mas é um filme desmedido, com uma articulação desastrada dos vários gêneros (ação, infantil, drama, aventura), sem se destacar em nenhum. Tem falhas de ritmo e uma visão meio superficial das coisas, além de incorrer em um sentimentalismo cansativo. Em suma: um filme dispensável, que não merecia de modo algum entrar para a história, mesmo que por motivos que não dizem respeito à suas qualidades fílmicas.